Texto: A luz no final do túnel

Eu não era a sua luz. Mal podia dizer que chegava a ser algo na sua vida, imagina dizer que era aquela gloriosa e tão aguardada luz no final do túnel.
Mas a verdade, era que ele não deixava de ser a minha luz, indiscutivelmente do que ele podia dizer (ou não dizer).
Ele era e sempre será conhecido desse modo: a brilhante luz que me bate nos olhos, pela manhã.
"Porque?" perguntei eu.
Questionei o seu motivo, que ainda me era desconhecido, mas contudo não obtive resposta, e não posso esconder a minha tristeza, a minha dor e o quão desiludida aquele ato me deixou.
Queria conhecê-lo, por todo, o bom e o mau, incluindo os pensamentos que eram de ambas as categorias, ou mesmo nenhuma delas.
Achava que tinha esse privilégio, sendo, o que supostamente sou para ele, mas a verdade é que ele era um cofre perdido no fundo do mar.
Acenava para os seres que passavam por ele, mas não lhes perguntava se estava tudo bem.
E, independentemente, de todos os esforços, o cofre continuava fechado, trancado, ele continuava enclausurado, preso dentro de si mesmo, dentro do cofre, onde nenhuma réstia de luz conseguia chegar.
Eu queria ser a sua luz, a chave há tanto tempo perdida, mas sabia que não era e questionava-me, se alguma vez chegaria a ser.
E de certo modo, isso destruía-me. Apagava a minha luz, a pouca luz que cresceu comigo.
Ele destruí-a, pois não partilhava a luz brilhante que tinha. E uma luz sozinha não ilumina um quarto, é preciso duas luzes, da mesma forma, que não é possível proteger um amor, quando só uma pessoa luta.
Destruía-me, mas não completamente, pois eu continuava há procura da sua chave, da sua luz e sobretudo, do seu amor, do amor que tanto ansiava e que sabia que existia... no final do túnel.