09/03/2013

Texto: Carta para um ex-companheiro


Caro ex-companheiro de casa por 11 meses, 13 dias e, quase, 8 horas,
Deveriam de existir melhores maneiras de te dizer isto mas, como sempre, decidis-te viver livremente e desligas-te o único meio que tenho para comunicar contigo quando não estas no meu campo de visão.
Por vezes, pergunto-me o porque de teres comprado um telemóvel, se maior parte do tempo ele esta desligado.
Podes fugir mas eventualmente, eu sempre vou arranjar uma maneira de-te fazer chegar o meu desapontamento, ainda mais, sabendo que não gostas de ouvir a opinião dos outros quando é referida a ti... e odeias quando te criticam.
Por isso, vamos começar pelas coisas que não apreciei nos 11 meses de convívio, ok?
Primeiro, pára de dizer que não foste tu que pedis-te pizza quando o entregador está à nossa porta, com a pizza recém feita na mão e à espera do dinheiro dele para poder, finalmente, ir-se embora...
A sério, tens de parar com isso, deixou de ter piada o facto de não gostares da minha comida e de tentares engordar-me. Sempre, foste um terrível mentiroso, supera isso.
Segundo, eu sei que gostas de "coisas em grande", como nos filmes... aquelas saídas espectaculares ou seres o ultimo a dizer algo e fazeres com que toda a gente na sala fique a pensar no que tu disseste... mas, eu odeio isso.
É irritante, e desgastante ter uma discussão contigo Mark. E qual é o teu problema em manter as roupas no corpo? Sabes que odeio roupa espalhada pelo chão mas, continuas a achar que eu vou arruinar as tuas roupas todas... como, sempre achas.
Uma novidade? Eu, nem sempre, arruíno as coisas. As vezes, tu tratas disso por mim.
Como fizeste com a nossa, recente mas, verdadeira relação.
Ok, que não gostas da palavra relação mas, é por isso mesmo, que eu a refiro nesta carta.
Uma relação é construída na base da confiança, da honestidade e na quantidade de probabilidades que existem, das pessoas entenderem o seu parceiro.
E é nesta parte, que falhaste... tu nunca me entendes-te a mim ou aos meus livros preferidos mas...
Por isso, decidi referir nesta carta uma coisa, que a tua perspicaz ignorância nunca ouviu falar...
O Einstein, disse que: "Não entendeste realmente alguma coisa enquanto não a conseguires explicar à tua avó"
Será que és capaz de nos explicar a tua avó?
Depois de aguardar a tua resposta, que nunca chegou à minha caixa de correio, tenho-te a dizer que esta foi a terceira e ultima coisa em que não apreciei nos últimos 11 meses...
Com amor,
Lily

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